Simple Instagram Icon
Spotify
Black Circle Email Icon

Comprar

A poética das incompletudes

Um espelho só reflete um pedaço de nós, traz a ilusão de uma definição: define o eu mais que deveria, e o perde no processo.

Compre no site da Editora Patuá!

Sinopse

A poética das incompletudes é um espelho. Há uma teoria de que, a nível cósmico, somos apenas espelhos uns dos outros. Nossos pensamentos não terminam concluídos, mas é isso que dá a possibilidade da continuidade, assim como a continuidade é o que causa a falta do fim do reflexo no espelho. Um espelho colocado num determinado ponto só vai impossibilitar a consciência do que há depois, utilizando a ilusão do que vem antes. A Poética das Incompletudes traz reflexões de diferentes estados de consciência sobre o amor e a desilusão, a esperança e a desistência, a percepção da realidade física e sua relação com a linguagem, a condição humana e o conformismo, luz e sombra, ego e alma... O tempo e a vontade impossível de pará-lo, correr contra ele e vencê-lo, são a primeira etapa da distorção das ideias sobre o que haveria depois do espelho, sem nunca ter ido lá. O que começa com um choque que traz otimismo, se reconhece no espelho e termina por enxergar a sombra e tomar consciência dela.

Trechos

Queria eu invejar Narciso por ter amado tanto o seu reflexo e

não encontrar em mim tantas terceiras pessoas em um

diálogo que me ignora. Por fim,

prendo o cabelo e saio.


***


A associação positiva ao sucesso, pode causar o fim

de uma civilização.

Os pássaros, no entanto, salvarão sua civilização

quantas vezes for preciso.


***


A sinestesia do café merecia o tempo de

criar

o código da cor; a cor do cheiro já existe -- do cheiro

que se olhar pelo sol

entrando pelas frestas da janela da chácara antiga e quase

esquecida, dá para ver a fumaça dançando -- é uma das

razões pelas quais eu fumo: a fumaça dança

para lembrar, hoje

as pessoas só dançam para esquecer.


***


O amor, quando velho, espelha a falta de apetite

na doença, nas rugas e nos cabelos brancos, na tarde

de domingo vendo TV aberta e achando graça.


***


Se eu contar mais rápido que o

ponteiro dos

segundos,

o tempo não passará mais rápido -- o tempo

nem passará. O tempo nunca

passa.

Sobre a Autora

Letícia Félix Fraga é uma poeta mineira de Uberaba. Tardiamente diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sempre leu o mundo através de reflexões sobre a natureza das coisas, o que a levou a ser uma autodidata em pontos sutis da filosofia ocidental. É professora de inglês, espanhol e francês e tem se dedicado a estudar o grego antigo, inspirada pela poesia de Safo. Escreveu por muitos anos em inglês, usando pseudônimos, sendo o mais conhecido Adora Williams, com o qual possui poemas publicados em mais de 30 revistas (online e impressas) internacionais, e a plaquete "What if the Quest is Greek"; pela Alien Buddha Press.

A poética no vórtice que me separa

do espelho observa que passo a vida toda olhando para


fora,


não muito diferente do gato ou do pássaro ou do

mosquito que dilacerou o tempo.


O reflexo no espelho -- que já é

passado, é minha única referência dos limites

imaginados de um eu que

acorda todos os dias para tentar entender -- outra


vez -- o que está dentro, o que é reflexo, o conceito do amor...


A existência aqui e agora é um estudo, o espelho é o livro que deixará

incompleta a poética, para que ainda exista o depois.

poema do colofão

Simple Instagram Icon

Me siga no Instagram para novidades sobre o livro e outros projetos!

Spotify

Fiz uma playlist com as minhas músicas mais ouvidas durante o período de escrita do livro.

Black Circle Email Icon

Quer falar comigo? Mande um oi por e-mail. Vamos conversar sobre poesia!

Assine meu feed para receber poemas exclusivos!

© 2023 Letícia Félix Fraga